Tecnologia em Metalurgia, Materiais e Mineração
https://tecnologiammm.com.br/article/doi/10.4322/2176-1523.20201777
Tecnologia em Metalurgia, Materiais e Mineração
Artigo Original

REAPROVEITAMENTO DE ESTÉRIL DE MINERAÇÃO COMO AGREGADO GRAÚDO PARA FABRICAÇÃO DE CONCRETO

MINING WASTE REUSE AS COARSE AGGREGATE FOR CONCRETE PRODUCTION

Diego Faleiros Lopes, André Carlos Silva, Mariana Rezende de Barros, Elenice Maria Schons Silva

Downloads: 7
Views: 1526

Resumo

Desde meados de 2014 o setor de construção civil brasileiro vem enfrentando uma severa recessão econômica. Contudo, a demanda por matérias-primas para a fabricação de concreto continua alta, sobretudo por agregados. Isto se deve ao fato de que aproximadamente 70 a 80% do volume de concreto é composto por areia e brita. Só no ano de 2014 estima-se que 740 milhões de toneladas de brita e areia foram consumidas no Brasil pela construção civil. Já no ano de 2015 este mesmo consumo foi reduzido para 519 milhões de toneladas. A adoção de matérias-primas inovadoras, com alta qualidade, baixo preço e menores impactos ambientais em sua cadeia produtiva é fundamental para o aumento da sustentabilidade no setor da construção civil. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar física e quimicamente estéreis proveniente do setor mineral do sudeste goiano seguindo a norma NBR 7211/2009 da ABNT, visando seu uso como agregado graúdo para concreto. Quatro amostras de 100 kg foram coletadas de diferentes litologias e classificadas por peneiramento a seco para obtenção de quatro tipos de brita (0, 1, 2 e 3). Foram determinados a massa específica, massa unitária compactada, absorção de água, teor de argila e de materiais friáveis, resistência mecânica, conteúdo de material fino, distribuição granulométrica e índice de forma. Todas as amostras foram aprovadas nos ensaios e, portanto, o material apresenta características que permitem seu uso como agregado graúdo na construção civil.

Palavras-chave

Agregado graúdo; Brita; Construção civil; Estéril de mineração

Abstract

Since mid-2014, the Brazilian construction sector has been facing a severe economic recession. However, the demand for raw materials for concrete production remains high, especially for aggregates. This is because approximately 70-80% of the concrete volume is made up of gravel and sand. It is estimated that 740 million tons of gravel and sand were consumed in Brazil by civil construction in 2014. However, in 2015 this same consumption was reduced to 519 million tons. The adoption of innovative raw materials with high quality, low price, and lower environmental impacts in its production chain is of paramount importance for increasing the sustainability in the construction sector. The aim of this work was to characterize physically and chemically waste rocks from mines located on the southeastern part of the Goiás state in order to use them as coarse aggregates for concrete. The technical standard NBR 7211/2009, published by the Brazilian Association of Technical Standards (ABNT) was used. Four samples of 100 kg were collected from different lithologies and classified by dry screening to obtain four different gravel types (0, 1, 2, and 3). Specific mass, compacted unit mass, water absorption, clay and friable material content, mechanical strength, fine material content, particle size distribution, and shape index were determined. All samples passed the tests and, therefore, the waste rocks has features that allow them to be used as coarse aggregates in civil construction

Keywords

Coarse aggregates; Gravel; Civil construction sector; Mining waste rock.

Referências

1 La Serna HAL, Rezende MM. Agregados para construção civil. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral; 2009 [acesso em 15 dez. 2016]. Disponível em: https://sistemas.dnpm.gov.br/publicacao/mostra_imagem. asp?IDBancoArquivoArquivo=4008

2 Portland Cement Association. Aggregates. Illinois: PCA; 2017 [acesso em 15 jan. 2017]. Disponível em: http://www.cement.org/cement-concrete-basics/concrete-materials/aggregates

3 Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção. Mercado: perspectivas para o Setor de Agregados. São Paulo: ANEPAC; 2016 [acesso em 12 dez. 2016]. Disponível em: http://www.anepac.org. br/agregados/mercado

4 Mendes MVA. Aproveitamento de finos de magnetita gerados no processamento de rocha fosfática [monografia]. Catalão: Universidade Federal de Goiás; 2016.

5 Carlete BA, Castro NF, Silva HV. Caracterização de agregados minerais provenientes de resíduos grosseiros de rochas ornamentais. In: Anais da 24ª Jornada de Iniciação Científica; 2016; Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: CETEM/ MCTIC; 2016. p. 161-165. Jornada de Iniciação Científica – CETEM, 2016, p. 161-165.

6 Luz AB, Almeida SLM. Manual de agregados para construção civil. 2. ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCT; 2012.

7 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7211/2009: agregados para concreto: especificação. Rio de Janeiro: ABNT; 2009.

8 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 248: agregados: determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro: ABNT; 2003.

9 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR NM 53/2003: agregado graúdo: determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de água. Rio de Janeiro: ABNT; 2003.

10 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7809/2016: agregados graúdo: determinação do índice de forma pelo método do paquímetro: método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT; 2005.

11 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR NM 45/2006: agregados: determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro: ABNT; 2006.

12 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7218/2010: agregados: determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis. Rio de Janeiro: ABNT; 2010.

13 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR NM 46/2003: determinação do material fino que passa através da peneira 75 µm, por lavagem. Rio de Janeiro: ABNT; 2003.

14 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5564/2011: lastro ferroviário: métodos e requisitos de ensaios: determinação da resistencia ao choque: anexo E. Rio de Janeiro: ABNT; 2011.

15 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR NM 51/2001: agregado graúdo: ensaio de abrasão “Los Angeles”. Rio de Janeiro: ABNT; 2001.

16 Departamento Nacional de Estrada e Rodagem. DNER ME 089/1994: avaliação da durabilidade pelo emprego de soluções de sulfato de sódio ou de magnésio. Rio de Janeiro: DNER; 1994.

17 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR NM 26/2001: agregados: amostragem. Rio de Janeiro: ABNT; 2001.

18 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR NM 27/2001: agregados: redução da amostra de campo para ensaios de laboratório. Rio de Janeiro: ABNT; 2001.

19 Scandiuzzi L, Andriolo FR. Concreto e seus materiais: propriedades e ensaios. São Paulo: PINI; 1986.

20 Bauer LAF. Materiais de construção. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC; 2010. vol. 2.

21 Mehta PK, Monteiro PJM. Concreto: microestruturas, propriedades e materiais. 2. ed. São Paulo: Nicole Pagan Hasparyk; 2014.

22 Borba VQ, Santos AA. Projeto de base drenante realizado de acordo com a especificação técnica DER/SP ET-DEP00/008 [trabalho de conclusão de curso]. Criciúma: Universidade do Extremo Sul Catarinense; 2013.

5e833b1d0e8825693ca14d4a tmm Articles
Links & Downloads

Tecnol. Metal. Mater. Min.

Share this page
Page Sections