Tecnologia em Metalurgia, Materiais e Mineração
https://tecnologiammm.com.br/article/doi/10.4322/2176-1523.20232710
Tecnologia em Metalurgia, Materiais e Mineração
Artigo Original

Aproveitamento do rejeito de mineração de calcário para a produção de geotintas

Use of tailings from lime lime mining for the production of geoink

Jéssica Nathália Florêncio Zampieri; Wesmara Barbosa Ramos; Aron Carlos de Melo Cotrin; Maísa Silva de Oliveira Neves; Adriele Ataides de Queiroz; Letícia Damas Leão Dalcin; Renata Lázara de Araújo; Adenilda Cristina Honório França; Eduardo Luzia França

Downloads: 1
Views: 225

Resumo

A mineração é importante para construção civil, pois fornece materiais com diversas aplicações. No entanto, as atividades de mineração e construção têm impactos ambientais negativos. A mineração causa danos em áreas de exploração e regiões próximas, enquanto que, nas construções um dos problemas são as tintas imobiliárias, por emitirem compostos orgânicos voláteis que alteram o ambiente causando riscos para a saúde. Nesse sentido, devido a demanda por produtos menos agressivos, se torna necessário o desenvolvimento de produtos à base de resíduos minerais. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o rejeito de mineração de calcário para o desenvolvimento tintas ecológicas. Foram desenvolvidas quatro geotintas utilizando cola branca, de isopor, de trigo e de polvilho. Foram feitas análises visuais das geotintas seguindo para testes reológicos. Estas análises foram comparadas com a tinta comercial. Para a avaliação de citotoxicidade foi utilizado o método colorimétrico de MTT. Observou-se a proporção de 64,10% de rejeito de mineração de calcário, 25,64% de água e 10,26% de cola foi ideal para a produção das geotintas. A viscosidade das geotintas mostraram maior estabilidade quando submetidas à variação da temperatura. Todas as geotintas apresentaram características de fluidos não newtonianos e pseudoplásticos. A geotinta desenvolvida com rejeito de mineração, água e cola de trigo na presença de sangue humano, não alterou a viscosidade aparente e a viabilidade celular. Estes resultados sugerem que a geotinta a base de rejeito de mineração, água e cola de trigo pode ser uma boa alternativa para o aproveitamento de rejeitos de mineração de calcário.

Palavras-chave

Rejeito de mineração; Geotinta; Reologia; Citotoxicidade

Abstract

Mining is crucial in civil construction, providing materials for various applications. However, both mining and construction activities have negative environmental impacts. Mining causes harm in exploration areas and nearby regions, while real estate paints emit significant amounts of volatile organic compounds that can damage the atmosphere and reduce air quality. This can lead to health risks for those in the affected area. It is necessary to develop the reuse of mineral residues to meet the demand for less aggressive products. Thus, this work aimed to evaluate limestone mining tailings as an alternative for the development of ecological paints. Four inks were developed using white glue, styrofoam, wheat, and starch and compared with a commercially sold ink. Visual analyzes of geoinks and commercial paint were made, followed by rheological tests. For the evaluation of cytotoxicity, the MTT colorimetric method was used. It was observed that 64.10% of limestone mining waste, 25.64% of water, and 10.26% of glue were ideal for producing geoinks. The viscosity of the geoinks showed greater stability when subjected to temperature variation. In the flow analysis, the geoinks and the commercial ink showed characteristics of non-Newtonian pseudoplastic fluids. The ink developed with mining waste, water, and wheat glue did not change the apparent viscosity when in the presence of human blood and did not change the cell viability. These results suggest that going based on mining tailings, water, and wheat glue can be a good alternative to limestone mining tailings.

Keywords

Mining tailings; Geoink; Rheology; Cytotoxicity

Referências

1 Silva A, Viana J, Cavalcante A. Diagnóstico dos resíduos sólidos da atividade de mineração de substâncias não energéticas: relatório de pesquisa. Brasília: IPEA; 2012.

2 Azevedo GH, Vital AFM. Aproveitamento do rejeito das indústrias de beneficiamento do caulim para a produção de tinta ecológica à base de terra. Tecnologica em Metalurgia, Materiais e Mineração. 2018;15(3):242-247.

3 Yazbek Bitar O. Recuperación de areas degradadas por la mineria en regiones urbanas. In: II Curso Internacional de Aspectos Geologicos de Proteccion Ambiental; 2002; Campinas, SP, Brasil. Paris: UNESCO; 2002. p. 332-345.

4 Villa Verde RBDR, Alamino RDCJ, Fernandes FRC. O recorte da atividade mineral na região Centro-Oeste. Brasília: CETEM/MCTI; 2014.

5 Merten HO, Silva MB, Caldas LR, Sposto RM. Compostos Orgânicos Voláteis de Tintas imobiliárias e certificações ambientais: estudo de caso para subsolos. REEC: Revista Eletrônica de Engenharia Civil. 2017;13(1):128-139.

6 Uemoto KL. Projeto, execução e inspeção de pinturas. São Paulo: O Nome da Rosa; 2002.

7 Anghinetti ICB. Tintas, suas propriedades e aplicações imobiliárias [monografia]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2012.

8 Santos Silva MF, Silva EPL, Lima SF. Tinta ecologica. Caderno de Graduação-Ciências Exatas e Tecnológicas- UNIT-ALAGOAS. 2018;4(3):125-130.

9 Sales FHS, Costa TO. Tintas ecológicas a partir de minerais encontrados na costa maranhense. HOLOS. 2018;1:16-29.

10 Silva APMD, Viana JP, Cavalcante ALB. Diagnóstico dos resíduos sólidos da atividade de mineração de substâncias não energéticas. Relatório de pesquisa. Brasília: Ipea; 2012.

11 Bolzan MV. Estudo da utilização de resíduos da mineração de calcário na produção de blocos de concreto para construção civil. Bagé: Unipampa; 2015.

12 Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. ABNT NBR 6457: amostras de solo: preparação para ensaios de compactação e caracterização, com secagem prévia. Rio de Janeiro: ABNT; 2016

13 Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. ABNT NBR 7181: solo: análise granulométrica. Rio de Janeiro: ABNT; 2016.

14 Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. ABNT NBR 13245: tintas para edificações não industriais: terminologia. Rio de Janeiro: ABNT; 2011.

15 Carvalho AF, Honório LM, Almeida M, Santos P, Quirino P. Cores da terra: fazendo tinta com terra. Viçosa: Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa; 2009.

16 Gontijo MD. Manuseio e aproveitamento de estéreis em mineração. Revista Engenharia de Interesse Social. 2021;6(8):104-116.

17 Faria FC, Schmid AL. Avaliação do comportamento de tintas naturais para a construção civil frente ao intemperismo através de ensaio de envelhecimento acelerado. In: Anais do XIII Encontro Nacional e IX Encontro Latino-americano de Conforto no Ambiente Construído; 2015; Campinas. Porto Alegre: ANTAC; 2015.

18 Sato ACK, Cunha RL. Influence of temperature on the rheological behavior of jaboticaba pulp. Food Science and Technology. 2007;27:890-896.

19 Gratão ACA, Berto MI, Silveira V Jr. Reologia do açúcar líquido invertido: influência da temperatura na viscosidade. Food Science and Technology. 2004;24(4):652-656. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-20612004000400029.

20 Lee WQ. Thermal characterization of solvent-free epoxy coatings by rheology and kinetics combined. Journal of Coatings Technology and Research. 2020;17(1):145-155.

21 Machado AML, Noberto CC, Damasceno FE Fo, Silva WMM, Babadopulos LFAL, Medeiros MS Jr. Estudo comparativo entre os parâmetros reológicos de tintas acrílicas arquitetônicas. Ambiente Construído. 2022;22(1):223-240.

22 Cotrim ACM, Honorio-Franca AC, França EL. Rheology analysis can be added in thermal stability test for design microemulsion materials. Biointerface Research in Applied Chemistry. 2016;6(2):1128-1136.

23 Scherer EF, Cantarini DG, Siqueira R, Ribeiro EB, Braga ÉM, Honório-França AC, et al. Cytokine modulation of human blood viscosity from vivax malaria patients. Acta Tropica. 2016;158:139-147.

24 Silva FH, Ribeiro AAL, Deluque AL. Effects of barium chloride adsorbed to polyethylene glycol (PEG) microspheres on co-culture of human blood mononuclear cell and breast cancer cell lines (MCF-7). Immunopharmacology and Immunotoxicology. 2018;40(1):18-24.

25 Silva CM, Silva TL Jr, Pinto IM Jr. Caracterização reológica de fluidos não newtonianos e sua aplicabilidade na indústria. Caderno de Graduação-Ciências Exatas e Tecnológicas-UNIT-ALAGOAS. 2019;5(2):285.

26 Teles CD, Flôres SH. Influência da adição de espessantes e leite em pó nas características reológicas do iogurte desnatado. Boletim do Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos. 2007;25(2):247-256.

27 Patiño Guío LM. Compostos orgânicos voláteis em tintas imobiliárias: caracterização e efeitos sobre a qualidade do ar em ambientes internos construídos [tese]. São Carlos: Universidade de São Paulo; 2014.

28 Schramm G. Reologia e reometria: fundamentos teóricos e práticos. São Paulo: Artliber; 2006.

29 Deka A, Dey N. Rheological studies of two component high build epoxy and polyurethane based high performance coatings. Journal of Coatings Technology and Research. 2013;10(3):305-315.

30 Heggendorn FL, Gonçalves LS, Cardoso DDS, Lutterbach MTS, Lione VOF. Testes de biocompatibilidade: cultivo de células animais e suas aplicações em estudo de toxicidade na odontologia. Revista Conexão Ciência. 2020;15(1):67-77.

31 Ribeiro AAL, Silva FH, Cotrim A, Deluque A, Marchi PGF, Fagundes DLG, et al. Herbal mixture adsorbed to polyethylene glycol microspheres induces apoptotic effects on breast cancer cells. Current Drug Delivery. 2018;15(2):227-234.

32 Cerqueira F, Cidade H, Van Ufford L, Beukelman C, Kijjoa A, Nascimento M. The natural prenylated flavone artelastin is an inhibitor of ROS and NO production. International Immunopharmacology. 2008;8(4):597-602.

33 Santos KKA, Rolón M, Vega C, Arias AR, Costa JGM, Coutinho HDM. Atividade leishmanicida in vitro de Eugenia uniflora e Momordica charantia. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. 2013;34(1):47-50.


Submetido em:
18/03/2022

Aceito em:
18/09/2023

6566475ca95395340c1d2f75 tmm Articles
Links & Downloads

Tecnol. Metal. Mater. Min.

Share this page
Page Sections